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Agronegócio

Em guerra tarifária com os EUA, China aumenta compras de soja do Brasil

Segundo analista, margens das processadoras locais aumentaram, estimulando as importações do grão

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Com a escalada da guerra tarifária, a China mais que dobrou a demanda por soja brasileira, diante do aumento das margens de processadoras locais. De acordo com Ale Delara, sócio da Pine Agronegócios, desde a sexta-feira passada (4/4), quando o país asiático anunciou tarifas retaliatórias de 34% para importações de produtos dos EUA, foram quase 50 navios brasileiros com destino ao mercado chinês, ou cerca de 5 milhões de toneladas embarcadas. Geralmente, o número de navios na semana fica entre 20 e 25, segundo o analista.

“As processadoras privadas de soja na China estão com estoques baixos. E tivemos nesta semana uma reação [dos preços] em Chicago, combinado com queda de 50 pontos no prêmio nos portos brasileiros. Como o frete [da soja] para a China caiu e farelo e óleo de soja se valorizaram, as indústrias aproveitaram a melhoria das margens para garantir cobertura que pode se estender até agosto, devido ao elevado volume de compras do Brasil”, afirma.

Segundo cálculos da Pine Agronegócios, somente no primeiro trimestre deste ano, as remessas de soja brasileira para o gigante asiático somaram 17 milhões de toneladas, acima das 15,8 milhões registradas no mesmo período do ano anterior. Apenas em março, foram despachadas 11,15 milhões de toneladas, em comparação com as 8,9 milhões do mesmo mês em 2024.

Agora, mesmo com o aumento da tensão comercial entre chineses e americanos, ele não espera que isso continue a impulsionar a demanda por soja brasileira. O sócio da Pine vê espaço para uma aproximação comercial entre chineses e americanos, ao considerar que, tradicionalmente, os EUA são o principal fornecedor de soja para a China no segundo semestre.

“A China já mostrou que quer negociar, mas não vai abrir mão de um posicionamento firme em relação ao Trump na questão das tarifas. A elevação no percentual de taxas não muda muita coisa para o comércio entre os países, e acho que pode até servir de pretexto para acelerar as negociações”, pontua.

Nos primeiros três meses do ano, as exportações de soja brasileira para a China somaram 16,946 milhões de toneladas, com uma receita de US$ 6,67 bilhões. No mesmo intervalo em 2024, os embarques totalizaram 15,853 milhões de toneladas, com um faturamento de US$ 6,98 bilhões. Segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), a China respondeu por 77% das exportações do grão do Brasil nos três primeiros meses deste ano.

Fonte: Por Paulo Santos — Campina Grande (PB)

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Agronegócio

Brasil pode ganhar US$ 20 bilhões em negócios com a China com a abertura de novos mercados

Foram assinados protocolos para aberturas do mercado chinês para DDG/DDGS, farelo de amendoim, miúdos de frango, carne de pato e carne de peru brasileiros

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O secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Rua, afirmou nesta terça-feira (13/5) que a abertura simultânea de cinco novos mercados pela China para produtos do agronegócio brasileiro é um recorde, com potencial para alavancar negócios que podem alcançar R$ 20 bilhões.

“É uma conquista histórica para o Brasil. A maior abertura em número de produtos. Foram cinco produtos abertos para o nosso agronegócio, que se somam aos pescados que foram abertos no fim de abril”, afirmou Rua. “Somados, é um impacto bastante grande, de cerca de US$ 20 bilhões, é o tamanho do mercado que abrimos agora. Naturalmente, o Brasil começará a ocupar parte desses espaços se assim os chineses desejarem”, completou.

Nesta terça-feira, Brasil e China assinaram protocolos para aberturas do mercado chinês para DDG/DDGS, farelo de amendoim, miúdos de frango, carne de pato e carne de peru brasileiros.

A maior parte desse potencial é para o ramo de pescados extrativos, mercado aberto no fim de abril. A China importou, em 2024, cerca de US$ 18 bilhões de produtos do setor.

Par aos produtos autorizados agora, o potencial também é grande, apontou o Ministério da Agricultura. Em 2024, a China importou US$ 155 milhões de miúdos de frango, US$ 50 milhões de carne de peru, US$ 1,4 milhão de carne de pato, mais de US$ 66 milhões em DDG e DDGS e US$ 18 milhões em farelo de amendoim, segundo dados da aduana chinesa.

“A abertura das três proteínas de carne de aves pode representar mais de R$ 1 bilhão em receita cambial para o nosso país”, disse o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin.

Fonte: Globo Rural

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